quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Formas de Citações

As formas de citações são particularidades relativas ao texto científico e submetidas a regras predefinidas
Antes de conhecermos as características relativas ao assunto que ora nos propomos a discutir, analisemos as palavras asseveradas a seguir:
Textos técnicos e científicos devem lançar mão de citações por dois bons motivos. O primeiro é que, normalmente, citam-se autores de outros textos já publicados. Isto é, autores cujas ideias já foram publicamente expostas, submetidas ao juízo e reconhecimento da comunidade de leitores e da comunidade científica. Se as ideias permanecem (e da forma como permanecem), seu autor merece menção, como conhecedor do assunto exposto, como autoridade científica. Segundo, ao se referenciar certo autor, fazem-se, a um só tempo, um ato de justiça intelectual (atribuir-se a ideia a seu “dono”) e um ato de honestidade científico-acadêmica (o autor que cita e referencia reconhece que a ideia não é sua).  (SANTOS, 2007, p. 121-122)
SANTOS, Antônio Raimundo. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 7 ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.
Tais palavras vêm tão somente confirmar a importância da credibilidade que seu discurso deve repassar ao interlocutor. No sentido de fazê-lo acreditar que suas ideias possuem fundamento, o ato de citar as ideias de outrem comprova que todo o trabalho foi resultante de uma investigação, que envolveu seriedade e comprometimento. Além disso, sem nenhuma dúvida, as citações aprimoram a qualidade científica da atividade em questão, bem como possibilitam ao leitor comprovar a fonte em que esta ou aquela ideia foi extraída, permitindo, também, que o investigador aprofunde ainda mais seu conhecimento acerca do assunto/tema em discussão.
Cientes de tais pressupostos, passemos agora a conhecer as características que norteiam um dos passos que regem o trabalho científico: as citações, visto que elas se encontram submetidas a critérios predefinidos, regidos, sobretudo, pela ABNT (Associação Brasileira de Normas e Técnicas). Assim sendo, vejamos:
* Citação direta
Trata-se de uma citação que, conforme a NBR 10520 (2002, p.2) revela ser a “Transcrição literal da parte da obra do autor consultado”. Nesse sentido, o recomendável é que todos os elementos textuais, tais como a ortografia, sinais gráficos, pontuação, entre outros, sejam rigorosamente respeitados, funcionando como uma espécie de cópia fiel das ideias reveladas pelo autor em questão.
* Citação direta curta
Tal modalidade deve obedecer ao limite máximo de três linhas, bem como deve ser inserida entre aspas no interior do parágrafo. Vejamos, pois, dois exemplos:
- Quando inserida no parágrafo: sobrenome do autor (ou dos autores), acompanhado da data e do número da página consultada:
Para Teixeira (1998, p. 35), “A ideia de que a mente funciona como um computador digital e que este último pode servir de modelo ou metáfora para conceber a mente humana iniciou a partir da década de 40”.
- Quando expressa no final da citação: SOBRENOME DO AUTOR (OU DOS AUTORES) seguido da data e do número da página em referência:
“A ideia de que a mente funciona como um computador digital e que este último pode servir de modelo ou metáfora para conceber a mente humana iniciou a partir da década de 40”. (TEIXEIRA, 1998, p. 35)
* Citação direta longa
As citações diretas com mais de três linhas devem aparecer em um parágrafo distinto, com espacejamento simples de entrelinhas, recuo de 4cm da margem esquerda e descrito em fonte 10. Exemplos:
- Exemplo 1º: Para Barros e Lehfeld (2000, p. 107):
As citações ou transcrições de documentos bibliográficos servem para fortalecer e apoiar a tese do pesquisador ou para documentar sua interpretação. O que citar? Componentes relevantes para descrição, explicação ou exposições temáticas. Para que citar? Para o investigador refutar ou aceitar o raciocínio e exposição de um autor suporte [...]. 
- Exemplo 2º:
As citações ou transcrições de documentos bibliográficos servem para fortalecer e apoiar a tese do pesquisador ou para documentar sua interpretação. O que citar? Componentes relevantes para descrição, explicação ou exposições temáticas. Para que citar? Para o investigador refutar ou aceitar o raciocínio e exposição de um autor suporte [...]. (BARROS; LEHFELD, 2000, p. 107)
Citação direta: citação da citação
Como o próprio nome já nos revela, trata-se da citação de parte de um texto encontrado em um determinado autor, referente a outro, visto que a esse outro não se pôde ter acesso. O recomendável é que se utilize somente quando não houver a possibilidade de acesso ao documento original. Assim, a indicação é feita pela expressão latina apud, cujo sentido se atém a “citado por”. No texto, tal modalidade deve ser retratada de seguinte forma: autor do documento não consultado, seguido da expressão latina apud (citado por), em formato normal (não expresso em itálico) e o autor da obra consultada:
Exemplo 1º: Para Apple (1994 apud MOREIRA; SILVA, 2002, p. 39):
Quer reconheçamos ou não, o currículo e as questões educacionais mais genéricas sempre estiveram atrelados à história dos conflitos de classe, raça, sexo e religião, tanto nos Estados Unidos quanto em outros países.
Exemplo 2º:
Quer reconheçamos ou não, o currículo e as questões educacionais mais genéricas sempre estiveram atrelados à história dos conflitos de classe, raça, sexo e religião, tanto nos Estados Unidos quanto em outros países.  (APPLE, 1994 apud MOREIRA; SILVA, 2002, p. 39)
Citação direta: omissão
A omissão se caracteriza como um recurso utilizado quando não se faz necessário citar o texto de forma integral de um determinado autor. Contudo, torna-se imperioso que o sentido do texto original permaneça inalterado. No texto, tal recurso é sempre indicado por reticências (...) entre colchetes ([ ]). Vejamos dois casos representativos:
Exemplo 1º: Para Oliveira (2002, p. 72), “O universo ou população é o conjunto de seres animados que apresentam pelo menos uma característica em comum [...] dependem do assunto a ser investigado”.
Exemplo 2º: “O universo ou população é o conjunto de seres animados que apresentam pelo menos uma característica em comum [...] dependem do assunto a ser investigado”. (OLIVEIRA, 2002, p. 72)
Citação indireta
A citação indireta se caracteriza como uma espécie de paráfrase das ideias de um determinado autor, ou seja, o pesquisador, por meio de suas próprias palavras, interpreta o discurso de outrem, contudo, mantendo o mesmo sentido. Outro aspecto que deve ser levado em conta é a necessidade de o autor (ou os autores) e o ano em que a obra foi publicada serem mencionados. Observemos, pois, dois exemplos:
Exemplo 1º - no parágrafo: Sobrenome do autor (data):
"Independentemente do nosso  reconhecimento, segundo Apple (1994 apud MOREIRA; SILVA, 2002), o currículo, bem como as questões educacionais, vistas sob um ponto de vista mais generalizado, mantêm-se relacionados a aspectos históricos relativos a conflitos de classe, raça, sexo e religião, não somente em se tratando dos Estados Unidos, mas também a outros países."
Exemplo 2º - no final do parágrafo: (SOBRENOME DO AUTOR, data):
"Independentemente do nosso reconhecimento, o currículo, bem como as questões educacionais, vistas sob um ponto de vista mais generalizado, mantêm-se relacionados a aspectos históricos relativos a conflitos de classe, raça, sexo e religião, não somente em se tratando dos Estados Unidos, mas também a outros países. (APPLE, 1994 apud MOREIRA; SILVA, 2002)"
Por Vânia Maria do Nascimento Duarte

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